Merino Australiano: aptidão para lã e ovinocultura mais diversa
O mercado da lã passou por intensas transformações nos últimos anos. Desde a queda, com a ascensão da fibra sintética nos anos 80, ao reavivamento recente do mercado com o crescimento da demanda por lã natural de qualidade. Nesse cenário, a lã da raça Merino Australiano tem um papel protagonista. A raça não produz apenas lã fofa e brilhante, mas uma fibra de alta qualidade, propriedades antibacterianas e características térmicas interessantes.
Um pouco sobre o Merino Australiano
[caption id="attachment_584" align="alignleft" width="300"] Foto Reprodução da Internet[/caption]
Os estudiosos indicam que os merinos são a estirpe ovina mais antiga de todas, e com certeza, uma das mais belas e resistentes.
Estes ovinos de porte nobre e corpo repleto de lã são originários do sul de Portugal, e se espalharam por muitos continentes, obtendo um nome composto que varia a depender de onde são provenientes. Existem os Merinos Espanhóis, Merinos Vermont, entre outros.
Variedade da Raça
Toda a variedade dos Merinos veio da intensa comercialização de sua lã. Assim que o valor comercial destes ovinos foi descoberto, passou-se a melhorar a raça através de cruzamentos e a raça passou a ser disseminada por vários países.
Hoje tem-se mais de sete variedades de raças “merinas” pelo mundo. No entanto, nosso foco agora é o Merino Australiano, que como o nome já indica, é proveniente da Austrália.
Os ovinos Merino Australianos que chegaram ao Brasil se adaptaram a diversos climas, e são a raça que melhor representa a tímida ovinocultura de lã que possuímos.
Ovinocultura do Merino Australiano no Sul brasileiro
No Brasil, as ovelhas e carneiros da raça Merino Australiano estão concentrados no Rio Grande do Sul, que detém 95% do rebanho. É também no Sul que estes ovinos são mais aproveitados na produção de lã e carne, com uma ovinocultura mais estruturada.
Embora com boa estrutura, após o declínio do mercado da lã, o rebanho de ovinos Merino Australiano brasileiro diminuiu, passando de 13 milhões de cabeças para apenas 3 milhões.
A partir daí, a criação de ovinos Merino Australianos passou então a ser feita por pequenos produtores, numa ovinocultura extensiva e pouco tecnificada.
Micragem: A Espessura da lã Merina
O fato da lã do Merino Australiano ser muito comerciável não diz respeito apenas ao volume do velo que a raça produz, que é muito alto. Com base nos parâmetros que definem a finura de uma fibra de lã, o velo dos Merinos Australianos está muito bem colocado.
A lã merina é considerada fina por normas de medição como a brasileira e a inglesa (Bradford). No geral, a raça é dividida em três grupos a depender da micragem (que quer dizer diâmetro da fibra).
- Tipo fino: produz lã fina, com espessura de 14 a 20 micrômetros.
- Tipo médio: velo Merino Australiano com micragem de 20 a 22 micrômetros.
- Tipo forte: lã mais grossa de 23 a 26 micrômetros.
Embora os três tipos produzam lã de qualidade, é a finura que define a maciez do velo. Os Merinos Australianos machos costumam produzir velos do tipo forte com mais frequência. No entanto, a lã dos tipos fino e médio ainda são as mais comuns em todo o plantel brasileiro.
Lã Amerinada... Vamos Entender
A lã amerinada é uma terminologia brasileira para uma mistura de lãs que inclui a fibra do Merino Australiano, mas também serve para nomear o tipo forte do velo dos merinos. Este termo surgiu especialmente com o uso da lã dos Merinos Australianos na indústria.
Há, por exemplo, o costume de agregar porcentagens de lã dos ovinos Merino Australiano em outros materiais, assim a peça fabricada a partir da mistura poderá ser complementada com qualidades como resistência a variações térmicas, e combate a odores e bactérias.
Por todas estas propriedades, a lã dos Merinos é muito utilizada em produtos outdoor, como botas próprias para invernos rigorosos e caminhadas em terrenos íngremes e roupas de esqui.
Exportação da lã brasileira
No entanto, em um país tropical como o Brasil, a produção de lã seria inimaginável se não houvesse a possibilidade de exportação. É por isso que, embora a maior parte do rebanho brasileiro seja deslanada, nosso país ainda produz uma quantidade de aproximadamente 11 milhões de quilos de lã ao ano.
Contudo, o mercado da lã de Merinos Australianos brasileiro é limitado. Com a maior parte da importação de lã in natura, o Brasil limita sua mercadoria, repassando sem o valor agregado e exportando para países como o Uruguai.
Com a falta de estrutura para o beneficiamento da lã aqui mesmo, no Brasil, o criador de Merino Australiano busca a complementação entre a produção de lã e carne. Assim é possível o equilíbrio entre o faturamento e os custos de produção.
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