Suplementação do Gado Em Períodos de Seca Veja As Estratégias
A suplementação do gado ajuda a driblar um dos grandes desafios dos pecuaristas. A alimentação do rebanho em períodos de seca. Afinal, a falta de chuvas limita a oferta de quantidade e qualidade da pastagem, impactando na dieta dos bovinos e reduzindo o desempenho da engorda.
Sem boa suplementação do gado, as vacas não conseguem ter as condições para o ciclo produtivo. Além disso, as outras categorias do rebanho sofrem queda nas taxas de ganho de peso. Nesse cenário, a solução é suplementar os bovinos na seca. Ou seja, adotar estratégias para manter o padrão nutricional do rebanho para evitar prejuízos na atividade pecuária.
No entanto, muitos criadores ainda têm dúvidas sobre como fazer a suplementação adequada no rebanho. Por esse motivo, preparamos este conteúdo para que você entenda a importância disso. E listamos dicas valiosas para suplementar a alimentação do gado de corte da forma correta e, assim, melhorar os resultados do seu negócio. Acompanhe!
É realmente necessário fazer a suplementação do gado?
Sim, é extremamente necessário suplementar o gado na seca. Isso porque a redução das chuvas interfere significativamente tanto no ritmo de crescimento das pastagens quanto na qualidade, visto que há a diminuição da composição nutricional da planta.
Cerca de 70% a 80% da produção anual das forrageiras tropicais acontecem nos meses de maior incidência de chuvas, produzindo apenas 20% nas épocas secas, que varia conforme a região do Brasil.
Durante o período de seca, os níveis de energia, proteínas e vitaminas ficam reduzidos no pasto. Além disso, a seca afeta também o vigor do capim, torna a pastagem mais fibrosa e a forragem menos nutritiva.
Desse modo, nessa época, uma dieta restrita ao pasto resulta em grande perda de peso dos animais, queda da produtividade e na taxa de fertilidade do rebanho. Ainda, aumenta a predisposição a doenças e outros fatores que impactam a produção.
Então, se não houver qualquer estratégia para suplementar o gado na seca, o desempenho, crescimento e desenvolvimento do gado diminuem drasticamente. Isto é, sem qualquer tipo de suplementação (seja volumosa ou concentrada), a produção por unidade de tempo diminui, aumentando também a idade de abate e, como consequência, queda na qualidade da carne produzida.
Logo, a suplementação permite manter o gado bem alimentado, saudável e produtivo, seja qual for a duração e a intensidade da seca.
Como suplementar o gado na seca?
É importante que a suplementação na pecuária seja vista como um investimento. De fato, não é uma estratégia barata. Porém, como você viu, é necessária para o desempenho do rebanho. Portanto, além de saber quais substâncias utilizar, é fundamental também entender a melhor maneira de colocar essa estratégia em prática para que o investimento traga o retorno esperado.
Então, a suplementação não deve ser pensada apenas no momento da seca e considerando apenas seus impactos imediatos. É essencial considerar a continuidade do processo de produção. Afinal, não adianta investir em suplementação em determinada época sem ter condições de capitalizar os ganhos na fase seguinte do ciclo de produção do rebanho.
Por isso, nós listamos os principais fatores que você deve levar em consideração na hora de suplementar o gado na seca. Confira a seguir.
Defina os objetivos da suplementação do gado
O primeiro passo é definir as metas. Obviamente, é fazer com que os animais ganhem peso. Mas, é preciso pensar em uma meta de peso que você pretende atingir dentro do seu sistema. Somente depois disso, planejar uma estratégia de suplementação.
Por exemplo, se o seu objetivo é fazer com que os animais ganhem 400g por dia, deve considerar o seguinte: “para ganhar esse peso diário no cenário de pastagem que a fazenda tem, qual é o suplemento que devo colocar no cocho? Qual a quantidade correta desse suplemento? ”.
Planeje seu fluxo de caixa
Outro ponto importante é considerar o gasto que você terá com a suplementação, porque isso evitará prejuízo e ajudará você a se manter dentro do orçamento, fazendo uma gestão eficaz da fazenda. Então, calcule quanto desembolsará a mais por cabeça diariamente e multiplique pelos dias do período de seca, observando se está de acordo com seu planejamento financeiro.
Escolha o tipo de suplementação
As estratégias de suplementação se dividem em duas categorias: concentrada e volumosa. Veja as diferenças entre elas:
- concentrada — o foco é corrigir a deficiência da qualidade do alimento consumido pelo rebanho. Desse modo, oferece-se alimentos de maior concentração nutricional, porém, em menor volume. Para isso, são utilizados principalmente o sal com ureia, proteinados e múltiplas misturas. O sal com ureia é uma ótima opção, pois tem baixo custo. Já os proteinados e misturas tem um valor mais elevado porque contêm ingredientes nobres, como o milho e farelo de soja, mas o ganho de peso é maior (entre 200g a 400g por cabeça ao dia);
- volumoso — a deficiência nutritiva é corrigida fornecendo aos bovinos alimentos em grande quantidade, mas com menos nutrientes A principal alternativa é a silagem (feita de milho, sorgo, capins ou cana de açúcar), feno e pré-secados (mistura de feno e silagem).
Ajuste o suplemento para a qualidade do pasto
Para que você escolha a melhor estratégia de suplementação, leve em consideração a qualidade do seu pasto. Lembre-se de que suplementar significa completar o que está faltando. Então, é preciso analisar a qualidade da sua pastagem durante o período de seca e avaliar qual é a melhor opção para o seu caso.
Utilize aditivos na suplementação do gado
Aplicar aditivos promotores no pasto é uma excelente opção tendo em vista seu custo-benefício. Na estiagem, o pasto fica com deficiência em proteína e nitrogênio. Portanto, é preciso corrigir esse problema no capim. Na verdade, os aditivos devem ser utilizados ao longo do ano todo. O mercado oferece uma grande variedade de produtos específicos para cada situação. Então, analise qual é a sua necessidade do momento e não deixe de utilizar para melhorar a qualidade das pastagens.
Siga um espaçamento adequado no cocho
Além de manter uma rotina de fornecimento da suplementação para evitar que o gado sinta o impacto em seus hábitos de pastejo, é importante seguir o espaçamento correto no cocho. Os suplementos de menor consumo (que o animal chega e ingere tudo de uma só vez) pode ser serviço com espaço de 10 cm por cabeça.
Por sua vez, os de maior consumo devem ter de 25 cm a 30 cm por cabeça. Se não houver espaço suficiente, alguns animais não vão comer ou vão comer menos do que o indicado, prejudicando a taxa de ganho de peso.
Monitore os resultados da engorda do gado
Assim que você começar a suplementar o gado na seca, comece a monitorar os resultados. O melhor nesse sentido é um aplicativo de dados para pecuária. Leve em consideração os custos e o ganho de peso. Ao acompanhar esses resultados com frequência, você poderá analisar se o seu planejamento e suas ações estão gerando os resultados esperados. Caso não, é possível mudar a estratégia a tempo.
Como você viu, suplementar o rebanho de corte na seca é a solução para evitar prejuízo durante os períodos sem chuva. Isso porque a suplementação do gado garante o bom desenvolvimento do rebanho e melhora os resultados da sua fazenda pecuária.
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