Febre Aftosa | Vacinação Preocupa Pecuaristas Durante a Pandemia
Entramos no mês de maio e chegamos ao início da vacinação contra a febre aftosa. A prevenção contra aftosa é fundamental diante dos impactos que ela pode causar no comércio interno e externo. Conforme o Plano Nacional de Erradicação e prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), esse cuidado não pode ser deixado de lado, mesmo diante da pandemia instalada.
Levando em conta que sanidade animal é um dos princípios da pecuária, a vacinação contra a aftosa foi mantida, mas com algumas alterações nas datas. Assim como o papel de outros manejos sanitários, seguir o calendário oficial disposto pelo PNEFA é a garantia da obtenção de um produto de qualidade.
Sendo assim, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) disponibiliza medidas para que o pecuarista aplique as vacinas contra aftosa no seu rebanho, sem se esquecer das recomendações na prevenção ao coronavírus (Covid-19).
Por quê prevenir contra a febre aftosa?
A febre aftosa é uma doença viral que se dissemina de forma fácil e rápida entre o rebanho. A patologia é capaz de causar perdas na produção de carne e leite, além de abortos e mortes.
Graças ao PNEFA, e aos estados brasileiros que têm seguido as recomendações do Plano Estratégico (PE), o Brasil segue livre da febre aftosa desde 2018, com vacinação. O objetivo do plano é erradicar a aftosa até que os rebanhos sejam imunes sem a vacina.
Como o PNEFA têm contribuído para a erradicação da febre aftosa?
Para facilitar o controle das recomendações do PE, os estados brasileiros foram divididos em 5 blocos distribuídos da seguinte maneira:
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Bloco I – região amazônica: Acre, Rondônia, parte do Amazonas e parte do Mato Grosso;
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Bloco II – região amazônica: Amazonas, Amapá, Pará e Roraima;
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Bloco III – região Nordeste: Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte;
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Bloco IV – região central: Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e Tocantins;
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Bloco V – região sul: Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
A partir disso, a versão do PNEFA de 2019 apresentou a última vacinação prevista para maio de 2021. Com o progresso do plano, o primeiro estado brasileiro a estar livre da doença sem vacinação foi Santa Catarina. Além de SC, o Paraná estará livre da aftosa sem vacinação a partir deste ano, o que tem contribuído para alterações presentes no calendário anual.
Calendário Nacional de vacinação contra a Febre Aftosa no Brasil sofre mudanças
A primeira etapa da vacinação foi adiada para 1º de junho na maioria dos estados, incluindo: Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. No Rio Grande do Sul e algumas regiões dos estados do Amazonas e do Pará, a vacinação está ocorrendo desde março. Por isso, o pecuarista deve sempre estar atento ao Calendário Nacional de vacinação dos bovinos e bubalinos contra a Febre Aftosa no Brasil - 2020, que pode sofrer ajuste de datas.
O exemplo mais recente da importância do seguimento das orientações do PNEFA é o estado do Paraná que, apesar de não ter sido reconhecido oficialmente, teve a suspensão da vacinação autorizada pela ministra do MAPA. Dessa forma a economia do produtor paranaense será de cerca de R$20 milhões por ano, custo referente somente a aquisição da vacina.
Pandemia: cuidados redobrados durante a vacinação!
Neste momento, o pecuarista deve tomar todos os cuidados necessários para proteger os trabalhadores e também os animais dos riscos causados pelo Covid-19. Além das recomendações gerais, que você pode acompanhar no nosso último texto, demais cuidados devem ser seguidos com relação à vacinação.
Pensando nisso, a Embrapa disponibilizou um folheto com as recomendações para a vacinação do rebanho sem descuidar da saúde do trabalhador rural. As principais recomendações em relação a vacinação são:
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Conduzir os animais com calma para diminuir a movimentação de poeira;
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Vacinar somente animais sadios;
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Vacinar na tábua do pescoço;
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Assegurar que as pistolas estejam calibradas e utilizar agulhas adequadas para a via de aplicação;
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Manter pistola e frascos de vacina armazenados de forma adequada, dentro da caixa de isopor com gelo enquanto não estiverem em uso;
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Utilizar apenas pistolas e agulhas limpas e desinfectadas;
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Trocar agulha com frequência para evitar a formação de abcessos;
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Se possível, conter os animais de forma individual para reduzir o risco de acidentes;
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Higienizar todo o material utilizado antes e após sua utilização;
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Descartar restos de vacina.
A vacinação contra a febre aftosa é fundamental para o sucesso do PNEFA. Mesmo em frente a uma pandemia, o pecuarista deve seguir as recomendações do calendário oficial, e poderá conseguir reduzir drasticamente os custos de parte do manejo sanitário. Com os cuidados necessários é possível ficar livre dos impactos negativos causados pela febre aftosa e a Covid-19.