Metodologia 360: o guia para intensificação da pecuária de corte
Hoje vamos falar sobre a Metodologia 360. Afinal, ela é um método de gestão da pecuária de corte desenvolvido pela Fertili.
O potencial de lucratividade de uma fazenda de pecuária de corte é determinado pela capacidade que o seu gestor tem em fazer planejamentos eficientes e analisar dados de forma correta. Uma vez que o preço dos animais de reposição, da carne e dos insumos pecuários é dado pelo mercado, resta à tomada de decisão diária a responsabilidade pelo aproveitamento - ou não - das oportunidades de negócio.
Essa rotina decisória deve acontecer em cima de certezas fornecidas pelos próprios números da fazenda. Já as oportunidades de negócio, essas são todas e quaisquer ações que aproximam a propriedade de resultados melhores.
A partir desse racional, surge a Metodologia 360, um guia para elevar o pecuarista de corte que ainda trabalha à mercê das oscilações do mercado ao nível de empresário ideal: consciente, antecipado, assertivo e aliado da tecnologia.
Um diagnóstico do setor pecuário bovino de abate
Antes de começarmos a destrinchar a Metodologia 360, precisamos conversar sobre o cenário atual da pecuária de corte no Brasil. Para isso, não vamos fazer um recorte histórico muito longo, mas sim analisar os principais acontecimentos do último ano, as projeções para o futuro da atividade e o que todo esse contexto pode nos dizer. Se você não estiver interessado em dispor parte do seu tempo para esse tipo de abordagem, basta ir direto para o tópico “Entendendo a Metodologia 360”.
Pecuária de corte em 2021: um sinal de alerta para o produtor?
Em meio às oscilações econômicas agravadas pela pandemia da Covid-19, dois cenários nos chamaram a atenção no último ano: o ágio do bezerro alcançando patamares históricos e a alta no preço da arroba do boi gordo. Abordaremos ambos os pontos com mais cautela a seguir.
Ágio do bezerro: relação de troca chegou a ser a pior dos últimos 21 anos em 2021 (CEPEA)
Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), no início de novembro (2021), eram necessárias 10,2 arrobas de boi gordo para o pecuarista de São Paulo comprar um animal de reposição no mercado de Mato Grosso do Sul. A arroba do bezerro, que tinha um ágio de 20 a 30% do valor da arroba do boi antes de 2014, subiu para patamares de 35% a 55% no último ano.
A alta se deve, sobretudo, às quedas bruscas nos preços internacionais da carne bovina; à sustentação dos preços de animais de reposição em várias praças e à maior volatilidade do preço do boi gordo em comparação ao do bezerro.
Entre outras coisas, os números apresentados nos revelam que:
- O custo da reposição na atividade de recria e engorda passou a ser uma variável de maior importância;
- Temos o desafio de aumentar a oferta de bezerros em uma atividade que tem uma ineficiência natural de produzir menos de um bezerro por vaca ao ano;
- É necessário aumentar a produtividade da recria, engorda e dos elos seguintes na cadeia para suportar o aumento nos custos da reposição.
Preço médio da @ boi subiu 35% em 2021 (CEPEA)
O mercado físico do boi gordo encerrou o ano de 2021 demonstrando que a atividade enfrenta problemas significativos com a baixa disponibilidade de animais terminados, decorrente do ciclo pecuário. Isso permitiu que a arroba operasse ao redor de R$300 em boa parte das praças do País.
O que à primeira vista pode parecer favorável para o faturamento do produtor, acabou escondendo ou amenizando uma desvantagem decisiva na hora de fechar a conta: o valor que a criação desses animais custou para o pecuarista no último ano.
Preços dos insumos subiram mais de 100% em 2021, aponta CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil)
De janeiro a setembro de 2021, o Custo Operacional Efetivo dos sistemas de recria e engorda acumularam alta de 15,2% em relação a 2020. Já o modelo de ciclo completo teve aumento de 10,6% no COE. Os sistemas de cria não ficaram de fora e acumularam uma alta de 16,1% em comparação aos painéis do ano passado.
A verdade é que mesmo com o aumento da arroba bovina, os pecuaristas tiveram mais gastos para alimentar o gado.
O que esperar para a pecuária no ano de 2022 em diante?
A tendência de valorização dos preços dos insumos e dos animais de reposição deve permanecer em 2022 e apertar a margem de lucro do pecuarista.
Como o atual ciclo pecuário se iniciou em 2019, os custos de reposição devem começar a baixar somente em 2023. Além disso, haverá uma menor disponibilidade de animais e o produtor rural conviverá com o alto custo dos fertilizantes, o que vai afetar o custo de produção do milho e da soja, impactando no preço da ração para suplementação.
Em função das incertezas globais causadas pela Covid-19, a expectativa é de o mercado projetando o dólar em R $5,50 ao fim de 2022 e alta volatilidade. Somado a isso, a inflação e o desemprego deverão pressionar o consumo de carne bovina no Brasil, que representa 75% do total da produção total.
Sobre o que essas informações nos alertam e o que a Metodologia 360 tem a ver?
Embora a sequência de informações passada nos últimos tópicos não pareça obedecer a nenhum tipo de padrão, se não o de uma crise econômica, ela faz parte da mudança comum e irreversível que está fazendo os pecuaristas buscarem especialização e intensificação.
Daqui para frente, não haverá cenário positivo suficiente que admitirá a pecuária despretensiosa: pouco especializada, inconsciente do mercado e de seus próprios números. Há de hoje em diante uma necessidade de conhecer todos os fatores que influenciam o resultado do seu negócio, para ter condições de mantê-lo.
Mas não para por aí, podemos tirar mais alguns insights dessa análise:
- A necessidade de elaborar estratégias de antecipação. Como estar a frente dos acontecimentos?
- O aumento da receita pode esconder margens cada vez mais apertadas. Logo, como se manter ciente dos números e do que eles realmente significam?
- Uma vez inserido em cenários ruins, é preciso encontrar soluções para contornar a situação;
- A pecuária rústica de nossos avós não é mais uma realidade viável;
- Só permanecerá ativo no setor, o pecuarista que fizer da sua fazenda uma empresa de fato.
A Metodologia 360 pode agir como solução para todos os pontos acima e você vai entender o porquê.
Entendendo a Metodologia 360
Para facilitar o seu entendimento, dividiremos o conhecimento da Metodologia 360 em teoria e prática: o que saber e o que fazer.
Na teoria 01: esclarecendo o conceito da Metodologia 360
A Metodologia 360 é uma análise de preceitos básicos do mercado e da microeconomia, estruturados em prol de um único objetivo: o lucro pecuário. Essa análise foi feita pela equipe da Fertili, sobretudo pelo economista e diretor comercial Iago Botelho.
Então a Metodologia 360 é sobre números e cálculos? Sim. Mas como toda boa matemática, ela é também uma ferramenta e deve ser utilizada não somente como um material de estudo, mas como um “passo a passo” para transformar uma fazenda de corte em um negócio financeiramente sustentável e moderno na prática.
O seu papel é orientar o pecuarista na gestão do seu negócio até a maximização do seu resultado. Para servir a esse propósito, ela foi pensada a partir da função matemática do lucro. Afinal, enquanto uma empresa, é este o principal indicador de sucesso da fazenda de corte.
O lucro é então o objeto de estudo da Metodologia 360. Mas não qualquer lucro, o lucro pecuário e isso faz toda diferença
Na teoria 02: por que o lucro pecuário é “diferente”?
O lucro é uma função de algumas variáveis. Na economia tradicional básica: da receita e do custo. Mas dentro de uma fazenda de corte, estas variáveis podem ser descritas de maneira diferente, mais específica.
L=F (produção, intensificação, gestão, mercado)
Trabalhar com a função lucro dessa forma vai nos ajudar a visualizar os “frutos” da atividade pecuária como uma consequência dos processos de início e fim da cadeia produtiva da pecuária. É por isso que chamamos a função lucro de Função 360. Ela permite que o produtor tenha uma visão geral, de 360 graus sobre o desempenho do seu empreendimento.
Cada variável tem o seu papel, sua influência, seus resultados ideais, soluções, desafios e formas mais facilitadas e eficientes de lidar. Abordaremos cada uma delas separadamente nos próximos artigos da sequência.
Na prática 01: os 4 pilares da aplicação
Quando criança, diante das lições de matemática, você já deve ter se questionado pelo menos uma vez sobre a finalidade daquilo. E você até tinha alguma razão, porque o nosso sistema de educação ainda falha em projetar o conhecimento teórico sobre a realidade prática. Mas não vamos cometer o mesmo erro aqui.
A Metodologia 360 deve agir nos resultados reais da fazenda e isso só é possível com a prática de 4 Pilares Fundamentais: planejamento, rastreio, análise e otimização. Uma vez ciente sobre as variáveis da Função 360 do lucro, esses pilares vão te orientar sobre o que fazer com elas.
Trata-se de uma adaptação do método de gestão PDCA (Plan, Do, Check, Action), que tem como objetivo promover melhorias em processos e produtos em um fluxo sem intervalos ou interrupção. Estamos falando aqui da implementação do método científico para te ensinar a fazer uma gestão da pecuária livre de achismos. A aplicação da Metodologia resgata as suas decisões da incerteza.
Entenderemos um pouco mais sobre os 4 pilares da aplicação nos tópicos a seguir:
Planejamento
Onde você está agora e onde você quer chegar? Na etapa do planejamento você vai definir seus objetivos, descobrir quais os recursos necessários e traçar o caminho a ser seguido para alcançá-los.
Aqui é importante ainda a comunicação clara com os colaboradores da fazenda, já que todos devem estar alinhados sobre qual a direção do negócio.
Rastreio
Quais dados você precisa conhecer para verificar se o seu planejamento tem dado certo? Como você vai obter esses dados? O acompanhamento dos dados precisa estar incluso no planejamento.
Análise
A partir dos dados coletados na propriedade, quais foram os resultados obtidos? O que esses dados te mostram? Os resultados estão bons ou ruins? Mais do que saber coletar boas informações, você deve aprender a interpretá-las de forma adequada ou optar por soluções tecnológicas que te auxiliem nisso.
Otimização
A partir da análise dos dados, o que você pode melhorar para tornar o planejamento mais eficiente? Quais falhas foram identificadas e como você pode solucioná-las? A otimização da cadeia produtiva da pecuária é a etapa da ação. É a partir dela que as mudanças no seu negócio vão acontecer.
Vale lembrar que os 4 pilares fazem parte não de uma linha, mas de um ciclo e devem estar inerentes à gestão da fazenda. Eles vão te trazer questionamentos que deverão ser feitos para cada variável da Função 360 do lucro.
Na prática 02: antes de qualquer coisa, uma questão de liderança
Um bom líder é um bom gestor e essa afirmação não suporta exceções. E embora a gente vá aprender sobre como assumir e cumprir esse papel com excelência durante o estudo das variáveis do lucro, a sua especialização aqui começou no primeiro parágrafo deste texto.
Porque não existe Metodologia 360, coleta de dados e intensificação da atividade pecuária se não houver antes a decisão de um gestor. Para existir melhoria precisa existir a vontade e a decisão de melhorar.
E é nesse processo decisório que a gestão se traduz como liderança e busca ser o que chamamos aqui na Fertili de Pecuarista 360: o único perfil de produtor capaz de manter toda a fazenda funcionando bem, mesmo em cenários desfavoráveis. E isso nos leva ao próximo ponto
Convite para o treinamento
Se você ficou interessado na Metodologia 360 e tomou a decisão de transformar a sua fazenda em um negócio mais rentável, poderá ir mais fundo com o nosso treinamento gratuito de introdução ao método, que será disponibilizado em breve.
O treinamento conta com 6 aulas rápidas de valor inestimável e com um presente exclusivo no final. Para saber quando será lançado, nos acompanhe por aqui, no Instagram oficial da Fertili 360.
Vamos juntos resgatar a pecuária nacional do nível de inconsciência no qual ela se encontra.