A Produção Pecuária De Carne Precisa De Dados Reais

A Produção Pecuária De Carne Precisa De Dados Reais

Por ser um setor bastante pujante na economia brasileira, a produção pecuária de carne exige uma gestão integral das operações da fazenda.

Isso significa que o dono de uma fazenda de gado de corte não pode mais se basear no próprio olho para identificar problemas de saúde do rebanho ou manter os seus dados em uma planilha no Excel.

Em outras palavras, na produção pecuária de corte de hoje não basta somente ter informação. É preciso transformá-la em conhecimento, de modo a promover melhorias contínuas e maximizar a produtividade na fazenda. Portanto, aplicar a Metodologia 360 de gestão de fazendas é crucial, no sentido de acompanhar de perto a performance do gado em termos de peso, nutrição e saúde.

Neste texto, vamos falar sobre produção pecuária de corte e GMD. Aqui vamos entender porque é tão importante acompanhá-lo constantemente, visto que impacta diretamente os lucros da fazenda de pecuária. Boa leitura!

O GMD e o seu impacto na produção pecuária

Produção pecuária: suporte de pastagem

O GMD (Ganho Médio Diário) mostra quanto peso o boi ganhou em um dia na fazenda. Trata-se, portanto, de um índice fundamental para fazendas de seleção, recria e engorda, exigindo monitoramento e cuidados constantes.

Segundo o Benchmarking realizado pela Inttegra da Safra 2019/2020, a média dos GMD dos clientes foi de 0,555 kg. Além disso, dos 30% mais rentáveis, a média foi de 0,636 kg.

Sobre números, é importante frisar que, em atividades como recria e engorda, a produção é obviamente importante. Porém, não pode estar desvinculada das margens de lucro. Em outras palavras, além do GMD, é fundamental observar outros indicadores, como a capacidade de suporte da pastagem e a quantidade de arrobas produzidas.

Pode-se dizer que na pecuária é extremamente importante observar como se produz e medir quanto se produz.

Vale ainda destacar que o índice de GMD é relevante mesmo para vacas. Pois o GMD delas reflete no peso dos bezerros obtidos. Com isso compreendido, já podemos ir para o próximo tópico, que fala exatamente sobre o processo envolvendo o rastreamento do GMD.

Rastreando o GMD dos Bezerros

Bezerros para engorda

A ideia básica de rastrear o GMD do rebanho é garantir um bom desenvolvimento do gado. Quando pensamos em bezerras, por exemplo, é importante medir o GMD entre o aleitamento e a primeira inseminação. Dito isso, deseja-se que uma bezerra atinja cerca de 350kg em um intervalo de doze meses, o tempo necessário para atingirem a puberdade. Ou no caso dos machos, para a idade de abate.

Suponha que um bezerro desmamou com 200kg de peso. De acordo com o que falamos acima, ele precisa ganhar 150kg em um ano, que é o tempo da atividade de recria. Para o cálculo, costuma-se usar como referência o ano tendo 360 dias, portanto, dividindo 150 por 360 chegamos ao resultado de 0,41kg. Esse é, hipoteticamente, o peso que o animal precisa ganhar diariamente, em média.

A função do pecuarista nesse caso é medir diariamente a evolução do lote. Fatores como raça do rebanho e dieta, impactam o cálculo. Por isso, podem haver variações nos números de fazenda para fazenda. A melhor forma do produtor estar sempre de olho nos números é pesando os bezerros periodicamente. Mas apenas isso não basta. É necessário ter à mão uma análise gráfica via software de gestão pecuária, que permitirá fazer projeções de ganho de peso no futuro.

Monitoramento pós-inseminação

Mesmo que o animal tenha atingido um bom peso para a inseminação, ainda é fundamental acompanhá-lo depois disso. A razão é simples: o potencial produtivo do gado está diretamente relacionado às condições corporais da vaca durante o parto. o que depende da boa nutrição do animal.

Além disso, as análises gráficas dos aplicativos de gestão pecuária podem ainda fornecer insights que auxiliam os pecuaristas a aumentar a eficiência do GMD. Em outras palavras, é possível que as novilhas atinjam um bom peso antes de um ano, o que vai depender de fatores que discutiremos adiante.

Importância de rastrear o GMD

Na produção pecuária de corte, não é desejável a nenhum pecuarista o boi que demore a entrar na puberdade. Com um tempo maior na atividade de recria, o primeiro parto ocorrerá com atraso.

Isso pode impactar negativamente a produtividade na fazenda. Quanto mais tempo um boi ou vaca demora para produzir dentro da propriedade, mais custos o pecuarista terá para mantê-lo saudável lá dentro. Além, é claro, dos gastos fixos que o pecuarista terá para com o rebanho, como:

  • ração;
  • vacinas;
  • ocupação de pasto;
  • manejo;
  • custo de oportunidade, entre outros.

Alguns dados relevantes sobre a produção pecuária do Brasil

Segundo o Benchmarking 2019/20 da Inttegra, a média de custo fixo cabeça/mês dos indicadores dos clientes é de R$26,62. Além disso, a média dos 30% mais rentáveis foi de R$25,85.

O monitoramento constante do GMD é importante para coletar dados mais precisos sobre o desempenho do rebanho. Sem um aplicativo de processamento para a Metodologia 360 de gestão, o pecuarista não consegue transformar informação em conhecimento. Assim, ele literalmente atirará no escuro. Portanto, a tecnologia aumenta as chances de acerto nas tomadas de decisão na pecuária.

Um exemplo da importância de transformar informação em conhecimento é a detecção de animais com bom GMD. Se um pecuarista tiver somente como referência as planilhas do Excel ou anotações de caderno, ele dificilmente fará esse discernimento. Além de perder a possibilidade de produzir mais arrobas e lucrar mais, o rebanho não será submetido ao processo de melhoramento genético.

Da mesma forma, a gestão da pecuária por software permite identificar bovinos com GMD abaixo da média desejada. Considerando os custos fixos citados, existe a seguinte referência sobre o peso do animal: se ele não engordar uma arroba (1@) por mês e o custo mensal dele for de aproximadamente 70 reais, existe o risco real de o pecuarista amargar grandes prejuízos a médio e longo prazo.

GMD ideal dos animais

Na pecuária de corte, é considerado altamente rentável o boi que ganha acima de 0,850 kg/dia. No Benchmarking da Scot Consultoria, os indicadores zootécnicos declarados para ganho médio diário foram superiores a 1,5kg. Quase o dobro do mínimo citado. No entanto, como já falamos, o manejo e a gestão são cruciais. Sendo preciso avaliar outros indicadores. Principalmente com intuito de saber se a fazenda está, de fato, tendo lucro ou prejuízo.

Impacto do GMDG no lucro da fazenda

Rebanho de Nelore pastando

Para mensurar os lucros da fazenda pecuária, os pecuaristas devem estar atentos ao GMDG (Ganho Médio Diário Global) do rebanho. Ainda que o rebanho tenha vacas adultas que não ganham peso, por exemplo, esse indicador precisa ser calculado. Na prática, o que vai impactar o GMDG neste caso é a dupla vaca/bezerro, visto que este ganha peso ao longo do tempo.

Para facilitar o entendimento do GMDG, vamos descrever um cenário prático envolvendo recria ou engorda. Imagine que o pecuarista comprou bezerros de 200kg e deseja revendê-los com 550kg. Se esta propriedade tiver um GMDG de 500 gramas/cabeça/dia, serão necessários exatamente 700 dias para os bezerros atingirem os 550 kg e serem vendidos.

Se esse GMDG subir para 0,533 kg, por exemplo, a revenda ocorrerá em 656 dias. Os 0,533 kg não são um valor aleatório. Eles correspondem a um índice de referência para fazendas de recria ou engorda. A fórmula do GMDG é a seguinte:

GMDG = (estoque final (kg) – estoque inicial (kg) – compras (kg) + vendas (kg)) / rebanho (cabeça) / tempo 

Vale destacar na fórmula que o rebanho corresponde à média mensal dos estoques do período sob análise. O pecuarista pode fazer o cálculo do GMDG a cada três meses, visto que essa periodicidade coincide com as mudanças nas estações do ano. Portanto, otimizar o tempo de recria aumenta o giro de estoque, reduz os custos fixos da arroba produzida, o faturamento da fazenda e a quantidade em kg de carne bovina produzidos na propriedade.

Fatores que influenciam o GMD e afetam a produção pecuária

O GMD é influenciado tanto por fatores que demandam investimentos quanto os que não demandam. São aspectos, portanto, que dependem exclusivamente do pecuarista e das atividades de gestão da fazenda. A seguir, falaremos sobre os seguintes fatores: suplementação, pasto, água, sanidade e genética dos animais. Acompanhe!

Suplementação

Suplementação de bovinos

O capim que o rebanho consome não é suficiente para cobrir todas as suas necessidades nutricionais. Por isso a suplementação é tão importante, cabendo ao pecuarista procurar alimentar adequadamente os animais, de acordo com cada fase ou categoria.

Em estações secas, a necessidade de suplementar o gado torna-se ainda maior. O nutricionista responsável pelo rebanho deve ainda estar atento aos objetivos e metas da fazenda. De modo a fazer a dosagem adequada de suplemento aos animais. Tão importante quanto a quantidade, é a qualidade da suplementação a ser ministrada. Por outro lado, quando a estação é de águas, a suplementação tem o papel de corrigir deficiências nutricionais do rebanho.

Pasto

Para nutrir bem os animais, o pasto precisa de um capim adequado e de qualidade. Isso implica na observância da região onde está localizada a fazenda e a categoria animal. Vale também destacar que a forrageira deve ter resistência às pragas. Pois isso vai evitar que o capim seja afetado e prejudique o GMD dos animais.

A qualidade do solo, a época do ano e a idade da planta são outros aspectos que merecem atenção na hora de escolher a forrageira. Uma vez que impactam diretamente o seu valor nutricional. A estação seca vai, inevitavelmente, influenciar no GMD do animal, em virtude do crescimento mais baixo do capim. Não obstante, a quantidade de fibras na plantação aumenta, e a de proteínas diminui, afetando a digestibilidade do rebanho.

Dito isso, o manejo adequado do pasto é indispensável, precisando ser de conhecimento do pecuarista a capacidade de suporte da pastagem. Este indicador varia em função da estação, sendo maior em época de águas e menor durante a seca.

É preciso evitar duas situações possíveis na fazenda: o subpastejo e o superpastejo. O primeiro ocorre quando a taxa de lotação do rebanho é inferior à capacidade de suporte. Já o segundo consiste no contrário, ocorrendo quando há mais animais do que a área de pastagem consegue suportar. Em ambos os cenários, o capim é afetado e pode prejudicar o GMD das cabeças de gado.

O pecuarista deve acompanhar o rebanho e verificar o chamado efeito “sanfona”. Quando isso acontece, é porque o animal ganha peso na estação das águas e perde na seca. Isso faz o seu tempo de recria aumentar, afetando a receita da fazenda. Por fim, se for necessário, deve ser feita a irrigação do pasto, no intuito de minimizar os efeitos da seca ou outras circunstâncias.

Água

Em uma fazenda, o gado bebe muita água. Cerca de 10 a 12% do seu peso corporal. Um bovino de 300 kg, por exemplo, ingere diariamente entre 30 e 36 litros de água, sendo que esta precisa estar limpa e fresca. Dessa forma, é possível evitar doenças e o consumo de água abaixo do esperado.

O consumo adequado de água pelo rebanho é importante em virtude dos seguintes fatores:

  • influencia no desenvolvimento do animal;
  • auxilia nos processos metabólicos;
  • regula a temperatura corporal;
  • influencia no consumo e aproveitamento da matéria seca.

Sanidade

A melhor maneira de rastrear a sanidade do rebanho é medindo a sua taxa de mortalidade. Para manter os números sob controle, é indispensável estabelecer um calendário sanitário. Nele, devem estar as informações relacionadas a vacinas, banhos e vermifugações, por exemplo.

A periodicidade dos procedimentos também é crucial na manutenção da sanidade dos animais. A identificação precoce de qualquer problema de saúde fará com que o animal não tenha o seu GMD tão afetado. A pneumonia, por exemplo, é uma doença que costuma acometer bovinos confinados. Porém, ela não influencia tanto no ganho de peso deles. Já problemas de casco, refugo de cocho e fraqueza geralmente têm um impacto negativo maior no GMD.

Genética

Animais com uma boa performance de GMD podem ser selecionados para otimizar a produção pecuária. Quando falamos em genética, é impossível não falarmos do conceito de IATF, ou Inseminação Artificial em Tempo Fixo. É um procedimento que inclui a sincronização do período de cio nas fêmeas, com auxílio de medicamentos.

Uma das vantagens da IATF é inseminar de uma só vez muitos animais. Além disso, a escolha de um sêmen de qualidade é fundamental no sucesso do processo; na prática, isso vai interferir na taxa de prenhez das fêmeas.

Produção pecuária otimizada e a tecnologia Fertili

As melhorias contínuas da produção pecuária envolvem Metodologia 360 de gestão e tecnologia. Nesse sentido, nós da Fertili temos uma solução ideal para o acompanhamento do rebanho e do pasto da sua fazenda. Nosso foco é facilitar a obtenção de conhecimento com base nas informações geradas no campo, proporcionando, assim, maior lucratividade ao pecuarista. Tudo isso, através da precisão de dados na pecuária.

Entre em contato e saiba mais sobre o aplicativo Fertili 360 e os impactos que ele pode gerar na gestão da sua fazenda!

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